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Bragança Paulista, São Paulo, Brazil
Discípulo de Jesus, casado com Clélia, pai da Victória e feliz por tudo isso.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

NO RIO DE DEUS


Ezequiel capítulo 47 versículos 1 a 12

1 - Depois disso me fez voltar à entrada do templo; e eis que saíam umas águas por debaixo do limiar do templo, para o oriente; pois a frente do templo dava para o oriente; e as águas desciam pelo lado meridional do templo ao sul do altar.
2 - Então me levou para fora pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental; e eis que corriam umas águas pelo lado meridional.
3 - Saindo o homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir, mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.
4 - De novo mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos.
5 - Ainda mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar; pois as águas tinham crescido, águas para nelas nadar, um rio pelo qual não se podia passar a vau.
6 - E me perguntou: Viste filho do homem? Então me levou, e me fez voltar à margem do rio.
7 - Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia árvores em grande número, de uma e de outra banda.
8 - Então me disse: Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá, entrarão no Mar Morto, e ao entrarem nas águas salgadas, estas se tornarão saudáveis.
9 - E por onde quer que entrar o rio viverá todo ser vivente que vive em enxames, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas, para que as águas do mar se tornem doces, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.
10 - Os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua espécie, como o peixe do Mar Grande, em multidão excessiva.
11 - Mas os seus charcos e os seus pântanos não sararão; serão deixados para sal.
12 - E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer. Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.


O texto acima está registrado no livro do grande profeta Ezequiel. Esse profeta, filho de sacerdote, viveu em um dos períodos mais caóticos de toda a história do povo de Israel, durante o cativeiro babilônico. Ainda jovem foi chamado para o ministério profético e é interessante como Deus faz da vida de um homem a sua mensagem profética.

Foi assim com Isaias, quando Deus lhe ordenou que colocasse em seu filho o nome que Ele próprio havia designado – Maer-Salal-Has-Baz, para representar à nação o juízo de Deus.
Foi assim com Oséias, quando Deus lhe ordenou que se casasse com Gômer, uma prostituta, e depois permitiu que o profeta fosse abandonado por ela, para representar ao povo de Israel sua infidelidade ao seu Deus.

Com Ezequiel não foi diferente. No capítulo 4 isso fica muito claro: Deus ordenou que o profeta ficasse deitado sobre seu lado esquerdo durante 390 dias, depois do lado direito por mais 40 dias. No mesmo capítulo, Deus dá uma ordem no mínimo nojenta para o profeta: “Você comerá bolos de cevada cozidos sobre fezes humanas”. O profeta reclamou dizendo que nunca havia comido nada impuro e Deus teve “compaixão” dele mandando que não fizesse o bolo sobre fezes humanas e sim de vacas. No capítulo 24 Deus mais uma vez coloca a vida do profeta como sinal para a nação: Deus ceifa a vida de sua esposa e sequer permite que ele chore sua perda. O povo fica perplexo com sua reação diante da morte de sua esposa, e o profeta explica que assim como aconteceu com ele, assim Deus tratará o povo e, como ele reagiu, assim o povo reagirá.

Com todos esses episódios, Deus está nos ensinando que não dá para termos uma “meia-vida” diante Dele. Ou entramos pelo caminho da totalidade da vida com Deus, ou não estamos aptos ao seu Reino. Jesus enfatizou isso: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”. (Lucas 9.62) Quem vive coxeando entre dois pensamentos, nunca sabe se àquela hora está adorando ao Deus Vivo ou beijando os lábios do baal morto.

Não dá para ir à igreja no domingo, cantar, bater palmas, levantar as mãos, dar glória e aleluia e na segunda-feira sair por aí vivendo como se fôssemos do mundo. Não dá para ir para o culto na quinta-feira e na sexta-feira cair na gandaia, como se fôssemos filhos de Belial.

Relacionamento com Deus é construído na ambiência diária, como se nada que nos pertencesse, e de fato nada mesmo, estivesse alheio a Deus, ou ainda como se tudo que nos ocorresse, e de fato tudo mesmo, fosse orquestrado por Deus, para servir a um propósito muito maior que não o nosso próprio umbigo ou nossa existência vazia de significado, longe do Deus que sempre faz tudo em todos e por todos.

Isaias, Oséias, Ezequiel e tantos outros e outras, descobriram essa verdade, ainda que com um custo altíssimo, e se tornaram homens e mulheres que foram tremendamente fiéis a Deus.

O relacionamento de Ezequiel com Deus sempre foi muito intenso. E nessa intensidade de relacionamento, Deus faz ao profeta inúmeras revelações, uma delas é a do texto citado acima.

O profeta está totalmente dominado pelo Espírito do Senhor e é levado a um alto monte no capítulo 40, onde Deus começa a lhe mostrar várias visões: Ele mostra a restauração do templo; a glória de Deus que havia se retirado do templo no capítulo 10, agora volta no capítulo 43; a divisão da terra, entre outras.
E no capítulo 47, Deus o leva a entrada do templo onde ele começa a ter a visão do rio de águas purificadoras que brotam do próprio templo.

O homem com o cordel de medir marcou aproximadamente 500m, tomou o profeta pela mão e o fez passar por aquelas águas. Mediu mais 500m e tomou pela mão e o fez passar por aquelas águas. Mediu ainda outros 500m e tomando o profeta pela mão o fez passar por aquelas águas. E mediu 500m pela última vez e o profeta já não podia caminhar por aquelas águas.

Existe uma vida abundante de Deus para nós. O rio que nasce do lado ferido de Jesus corre levando vida, restauração, prosperidade.

O texto diz que o profeta foi colocado à margem do rio e lá pôde contemplar os milagres que aquelas águas realizavam onde quer que chegassem.

O versículo 7 diz que a beira do rio havia “grande abundância de árvores”.
Árvores são essenciais à vida. No limiar desse rio existe tudo aquilo que é essencial à nossa existência. Deus conhece nossas necessidades e Ele próprio se encarrega de supri-las.

Os versículos 8 e 9 dizem que quando essas águas chegam ao Mar Morto, suas águas se tornam saudáveis.
O Mar Morto leva esse nome por sua grande concentração de sal, dez vezes superior a outros mares e oceanos. Isso impossibilita a existência de qualquer tipo de vida animal ou vegetal. Mas quando as águas do rio da vida chegam, tudo nele passa a ter vida.

O versículo 10 diz que “haverá lugar para estender as redes”.
O período de estender as redes é aquele em que o pescador pára seu trabalho e descansa, além de concertar as redes. Onde o rio da vida passa há lugar para se parar e descansar, lugar para se ficar a sós com Deus e “concertar nossas redes” emocionais e/ou existenciais.

O versículo 12 diz que a abundância de árvores continuará e que não haverá escassez. As folhas das árvores não cairão e seu fruto não apodrecerá. Haverá frutos novos pelo simples fato de as águas saírem do santuário e banhá-las. Haverá prosperidade e cura.

O profeta vê tudo isso e é convidado a participar desse mover de Deus.

O homem com o cordel de medir pergunta ao profeta: “Você está vendo tudo isso?”.
Você consegue compreender tudo o que está acontecendo?

O profeta é levado pelo homem até ao rio, e chega um ponto em que não dá mais para ficar apenas na superfície, ele é obrigado a nadar.

O profeta é estimulado pelo homem que não o deixa parado, arrasta o profeta pela mão e o leva as águas profundas.

Assim Deus quer fazer conosco. Não é tempo de ficar estagnado. É tempo de marchar, de nadar nas águas profundas do Espírito Santo. Deus quer nos tomar pelas mãos e nos levar para o rio do Espírito.
Existe um rio, puro da água da vida, claro como cristal, que procede do trono de Deus e do Cordeiro, que em sua praça está o trono de Deus e do Cordeiro. Ali não há mais maldição contra alguém, não há mais noite, nem há necessidade de lâmpada pois o próprio Senhor Deus os ilumina e onde todos os servos de Deus e do Cordeiro reinarão para todo o sempre.
Acredite nisso.
No amor Daquele que se deixou ferir, para que Dele fruisse o rio que sacia nossa sede.
Deus te abençoe.

domingo, 20 de abril de 2008

DEUS CUIDA DE MIM(E DE TI)


I Pedro capítulo 5 versículo 7: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, por que ele tem cuidado de vós”.

O texto acima mostra-nos o apóstolo Pedro exortando (exortar significa animar, encorajar com palavras, advertir, persuadir, aconselhar) os irmãos com respeito a um problema que atinge a grande maioria das pessoas: A ansiedade.

Definindo ansiedade:
Dificuldade de respiração; opressão; angústia; inquietação de espírito; desejo veemente; impaciência, aflição, angústia, ânsia, atitude emotiva concernente ao futuro e que se caracteriza por alternativas de medo e esperança; medo vago adquirido especialmente por generalização de estímulos, desejo ardente ou veemente, impaciência, sofrimento, sofreguidão.

Em uma definição simples, ansiedade é tudo aquilo que divide a mente, tudo aquilo que nos leva a ter dois caminhos a seguir, duas direções a tomar.

O que é ansiedade e por que ficamos ansiosos?
Fisiologicamente falando, a ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente a interpretação de uma situação de perigo. Ansiedade, ânsia ou nervosismo, é uma característica biológica do ser humano, que antecede momentos de medo, perigo ou de tensão, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, nervosismo, aperto no tórax, transpiração.
Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual. A ansiedade acaba tornando-se constante na vida de muitas pessoas. Dependendo do grau ou freqüência pode se tornar patológica e acarretar em muitos problemas posteriores, como o transtorno da ansiedade.

Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua auto-estima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las. No entanto, a palavra ansiedade, está de certa forma interligada com a palavra medo, sendo assim a pessoa passa a ter o medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar.

Como compreender a ansiedade?
O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem estar.
Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a este estado, acontece o estado ansioso.

Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses, de vaidade, são fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado ansioso.

Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contato com o novo, com situações inesperadas e desconhecidas é o suficiente para disparar estados ansiosos.
A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível.

Este movimento mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão mental, uma ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar do perigo, o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais o estado ansioso.

“Mente acelerada é mente desequilibrada”
Este movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto, faz com que ela se excite e se o problema não tiver uma solução mental imediata como acontece na maioria dos casos, teremos a chamada ansiedade patológica, que tende se tornar crônica e piorar com o passar dos anos.

Pedro
É interessante pensarmos o porquê de esse texto ter sido escrito por Pedro.
Pedro, de todas as pessoas citadas no novo testamento talvez tenha sido a que mais experimentou o cuidado do Senhor Jesus. Por isso tinha propriedade para escrever. Quando fala, não está apenas filosofando ou nos trazendo uma nova teoria. Ele escreve sobre sua própria experiência de vida. Poucos tiveram tanto carinho da parte de Jesus como ele. É por isso que sua fala é pratica. Realmente funciona. A trajetória da vida de Pedro deixa bem clara essa verdade.

Senão, vejamos:

1 – Jesus cuidou de seu chamado

Mateus 4.18 a 20
“E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, por que eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.(grifo meu) Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no”.
Jesus preocupou-se com o chamado de Pedro, em dar um significado novo para sua vida, em fazer dele um homem com ideal de vida maior.

2 – Jesus cuidou de sua família
Mateus 8.14-15
“E Jesus, entrando em casa de Pedro, viu sua sogra acamada, e com febre. E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se e serviu-os”.(grifo meu)
Nossa família não está fora dos projetos de Deus, pelo contrário, nenhum de seus propósitos pode excluir nossa família.

3 – Jesus cuidou de sua fé
Mateus 14.27 a 31
“Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor salva-me! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?”.(grifo meu)
Pedro precisava de um grau maior de fé para cumprir seu ministério. Sem a fé ideal ele não chegaria até seu alvo:"encontrar-se com Jesus por sobre as águas". Essa era a meta de Pedro, e apesar de ter dado alguns passos sobre as águas, com sua fé pequena ele não atingiu. Jesus estendeu sua mão e cuidou disso.

4 – Jesus cuidou de suas finanças
Mateus 17.27
“Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter, e dá-o por mim e por ti”.(grifo meu)
Pedro não estava preocupado com o pagamento do imposto e sim com o que as pessoas estavam pensando a respeito de Jesus. Diante disso Jesus providenciou o pagamento de seu imposto e de quebra, pagou o de Pedro também. Quando nos preocupamos primeiramente com Jesus, as outras coisas nos vêm por acréscimo. Jesus cuida disso.

5 – Jesus cuidou de seu caráter
Mateus 26.33-34
“Mas Pedro, respondendo-lhe, disse: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negará”.(grifo meu)
Pedro tinha uma grave deformidade em seu caráter que precisava ser tratada antes que ele se tornasse o maior pregador do evangelho. Essa deformidade foi revelada quando ele afirmou algo que não tinha capacidade para cumprir. Todas as vezes que dissermos que faremos qualquer coisa, devemos cumpri-la, sob pena de estarmos agindo de forma maligna. Essa falha no caráter de Pedro foi confrontada por Jesus. Ele nos ama como somos, mas se recusa a nos deixar assim.

6 – Jesus cuidou de sua restauração
Marcos 16.7
“Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse”.(grifo meu)
João 21.15-17
Simão, filho de Jonas, amas-me?... apascenta as minhas ovelhas.”(grifo meu)
Como Jesus falara, Pedro o havia negado. Não só negado, mas praguejado, jurado que nunca conhecera Jesus. Mas Pedro se arrependeu e chorou amargamente. E o interessante é que Deus sempre tem restauração para todos os que se quebrantam diante DELE. A fala do anjo é uma fala de amor, do amor de um Deus que se compadeçe de nossas fraquezas e sempre age com misericórdia:"Mas ide, dizei a...Pedro...". Jesus não deixou de cuidar da restauração de Pedro.

É por tudo isso que Pedro tinha autoridade para dizer que nós podemos lançar sobre Jesus toda nossa ansiedade, tudo aquilo que divide nossa mente, tudo aquilo que nos preocupa, tudo aquilo que nos derrota, nos põe para baixo, nos faz viver uma subvida, longe da vida abundante que Deus projetou para cada um de nós.
Se você tem andado ansioso, reveja seus conceitos e descanse nos braços de amor de Jesus, pois ELE tem cuidado de cada um de nós.
Pense nisso.
Deus te abençoe.
No amor DAQUELE que sempre cuida de mim(e de ti).

sábado, 12 de abril de 2008

ANDAR COM DEUS NÃO É 100M RASOS, É MARATONA!


GÊNESIS 33. 12-14




" E disse(Esaú): Caminhemos, e andemos, e eu partirei adiante de ti. Porém ele(Jacó) lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá. Ora passe o meu senhor adiante de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme ao passo do gado que vai adiante de mim e conforme ao passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir."


Nossa vida com Deus é uma longa jornada.

Enganam-se os que pensam que a caminhada cristã seja uma prova de tiro curto como os 100m rasos do atletismo.


Aqueles que se comportam dessa maneira são os que vêm para Deus e imaginam que irão experimentar um milagre extraordinário por dia e que suas histórias de vida serão marcadas por conquistas imediatas.

É claro que Deus pode realizar inúmeros milagres em favor de qualquer um de nós, inclusive todo dia se quiser, e também pode mudar o curso de qualquer vida da manhã para à tarde do mesmo dia. Foi assim na cruz. Bastaram seis horas para que toda a humanidade fosse redimida e passasse da morte para a vida.


Mas, salvo raríssimas exceções, isso não acontece com freqüência.
As histórias dos maiores cristãos são histórias de vidas inteiras de total dependência de Deus.
São histórias de pessoas que deixaram tudo, pessoas que negaram a si mesmos e abraçaram a cruz para seguir o Cristo Vivo.


São trajetórias marcadas por lutas, batalhas, sangue, suor e lágrimas. Marcadas pela perseverança, pela persistência, pela fidelidade de homens e mulheres que nunca desistiram de Deus.


Pessoas que experimentaram e presenciaram milagres, sinais, prodígios e maravilhas extraordinárias da parte de Deus, mas que também sofreram, foram perseguidos, torturados, presos, mas jamais deixaram de avançar, de marchar.


Pessoas que entenderam que andar com Deus é maratona.

Eu gosto quando o apóstolo Paulo usa a figura do atleta para representar os cristãos.

Em I Coríntios capítulo 9 versículo 24, ele escreve: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio”? Correi de tal maneira que o alcanceis. (grifo meu)

Nos Atos dos Apóstolos capítulo 20 versículo 24, ele próprio se considera um atleta do evangelho: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha corrida, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (grifo meu)

Em Hebreus capítulo 12 versículo 1, ele nos convida a participar dos “jogos cristãos”:
“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos assedia, e corramos com perseverança, a corrida que nos está proposta”. (grifo meu)


Em II Timóteo capítulo 4 versículo 7, ele vence a “maratona”: “Combati o bom combate, acabei a corrida, guardei a fé”. (grifo meu)

Sim, maratona! Prova longa e desgastante. A maior do atletismo.


O primeiro maratonista, o soldado grego Filípides, melhor corredor da milícia comandada pelo general Milcíades, morreu ao percorrer os 40 km que separavam a planície de Maratona da cidade de Atenas, para levar a notícia da vitória dos gregos sobre os persas na que ficou conhecida como Primeira Guerra Médica.

A maratona é muito parecida com a vida cristã, com a diferença que quem vence uma maratona do atletismo, recebe uma coroa corruptível, e, quem não precisa vencer a maratona da vida, pois Cristo já venceu por nós – basta que entreguemos a corrida a ele – recebe uma coroa incorruptível, a coroa da justiça, a qual o Senhor, justo juiz, dará não só ao apóstolo Paulo, mas a todos os que amarem a sua vinda.

Mas o que Jacó tem a ver com isso tudo? O que tem a ver Gênesis capítulo 33 versículos 12 a 14 com o assunto em pauta?


É que Jacó já havia descoberto a mesma verdade há mais de dois mil anos antes de Paulo!

A história de Jacó é emocionante e tem muito a nos ensinar.

Irmão gêmeo de Esaú, Jacó tinha uma aparência totalmente diferente de seu irmão cujo corpo era coberto de pêlos desde o nascimento. A Bíblia diz que Jacó lutava com seu irmão no ventre de Rebeca, talvez por ser marcado desde lá para herdar as promessas de Deus, e que, ao nascerem, Jacó estava agarrado ao calcanhar do irmão.

Desde pequeno tornou-se pastor.

A convivência em família deve ter sido difícil: seu irmão era profano, seus pais não se entediam na criação dos filhos ao ponto de terem preferências por apenas um dos filhos: o coração de Isaque era de Esaú e o de Rebeca pertencia a Jacó, e o próprio Jacó tinha várias falhas de caráter.

Ao crescer, adquiriu do irmão o direito de primogenitura oferecendo-lhe em troca um prato de lentilhas e tomou a sua bênção paterna quando se fez passar por Esaú oferecendo a seu pai um alimento preparado por sua mãe. Por causa disso, Esaú tentou matá-lo e Jacó precisou fugir para as terras de seu tio Labão, irmão de sua mãe, em Harã. Durante a fuga, Jacó adormece em Betel, quando teve um sonho de uma escada que ia até o céu por onde os anjos subiam e desciam, recebendo de Deus a promessa de que seria protegido por onde quer que fosse.

Como toda semeadura é seguida de uma colheita, Jacó começou a experimentar o fruto amargo de sua plantação.

Ao chegar ao poço de Harã, apaixonou-se a primeira vista por Raquel, filha de seu tio para o qual se comprometeu trabalhar por sete anos para poder casar-se com ela.

Tendo Jacó vivido na casa de seu tio em Harã por longos anos, ao completar o período pactuado, foi enganado na noite de núpcias, ocasião em que o sogro maliciosamente o enganou fazendo com que Lia irmã de Raquel, dormisse a primeira noite com Jacó.

Assim, Jacó precisou trabalhar ainda mais sete anos para poder casar-se com Raquel.

Tendo prosperado na casa de seu tio, após ter sido enganado por este, que mudara seu salário dez vezes, Jacó resolveu então voltar para a terra de seus pais em Canaã, pelo que deixou Harã com todo o seu rebanho, precisando fugir do sogro, após vinte anos de trabalhos forçados.

Jacó agora era um homem rico, com uma família grande; Deus o havia feito prosperar.
Só que precisava acertar as contas com o passado, precisava encontrar-se com seu irmão, precisava voltar para casa.

Ele volta. Amedrontado, mas volta.

A primeira etapa foi cumprida quando se encontrou com seu irmão no caminho e ambos se reconciliaram.

Mas a jornada ainda não havia terminado. Havia um longo caminho a seguir.

Esaú tentou forçá-lo a caminhar. Mas agora Jacó era outra pessoa. Sabia respeitar os limites, sabia que não dava para atropelar o caminho, tomar atalhos, não dava para correr, se não, a morte chegaria a seu arraial.

Eis as razões pelas quais ele estava diferente:

1 - Humildade: Ele trata Esaú como “meu senhor”. Bem diferente daquele homem maquiavélico que enganara seu irmão por duas vezes.


2 - Ele não está mais sozinho: “... estes filhos são tenros,... ovelhas e vacas...”. Agora não dá mais para viver de aventura, pesa sobre seus ombros a responsabilidade de uma família e bens.


3 - Ponderação: “... se forçá-las...”. Se tivesse tido essa atitude antes, não teria ferido seu irmão, roubando-lhe as bênçãos.


4 - Ele tem um alvo: “... até Seir”. Agora Jacó tem um alvo, uma meta.

Ele havia aprendido que precisava andar no passo do rebanho. Firme e constante. Sem atropelos. A jornada é longa, não dá para correr a maratona no pique dos 100m rasos.

O grande segredo da mudança de Jacó foi seu encontro com Deus.

No caminho de volta, Jacó passou pelo vau de Jaboque e teve outra experiência sobrenatural com Deus, chegando a lutar a noite inteira com um anjo que, depois de ferir a sua coxa, deu-lhe a bênção e mudou o seu nome para Israel.

Não importa se vamos sair marcados da presença de Deus, o importante é chegarmos ao fim da caminhada!

Pense nisso.


Deus te abençoe!