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Discípulo de Jesus, casado com Clélia, pai da Victória e feliz por tudo isso.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PARA ONDE NOSSA FÉ TEM NOS LEVADO?



João capítulos 6 versículos 59 a 69 e 14 versículos 1 a 6

Ele disse estas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum.
Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto escandaliza-vos?Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?O espírito é o que vivifica a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.


Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

Ao pensar sobre a qualidade de minha vida espiritual, fui confrontado por minha consciência com respeito àquilo que tenho manifestado no decorrer de minha existencialidade e que tem caracterizado minha profissão de fé.

E a pergunta que me restou desse confronto foi: Para onde minha fé tem me levado?
O leviano daria uma resposta automática e diria que a fé o tem levado diretamente a Deus, mas quando se pretende ser verdadeiramente honesto essa não é uma pergunta que se responda de forma automática, com frases prontas ou jargões.

Ela precisa ser digerida pela razão, interiorizada no coração e examinada no chão da vida de cada um de nós.

Só depois disso e só depois disso é que estaremos prontos a dar uma resposta sincera.

Até porque, como costumamos ser extremamente pragmáticos, por vezes somos levados a crer que se as coisas estão caminhando bem, se prosperamos, se nossas necessidades estão supridas é porque nossa fé tem sido exercida de maneira correta.

Do contrário ela não estaria produzindo o "bem da vida".

Mas isso não é totalmente verdade.

Com muito mais freqüência do que se imagina tem um monte de gente vivendo legal, com casas bacanas, carros possantes, contas bancárias gordas, muitos amigos e tudo mais que todos sonham e querem ter, mas que lá no fundo, na realidade nua e crua, estão longe de Deus.

Sua fé os tem levado a possuir coisas, mas nunca os levou a Deus.

Por outro lado existem os ativistas, que sempre pensam que suas ações nas instituições religiosas os credenciam a serem os que realmente estão trilhando o caminho correto da fé.

Sua fé os leva a trabalhar para Deus, mas nunca os leva a descansar em Deus.

Mas será certo usar os parâmetros da minha vivência e aquilo que me acontece diariamente como fatores determinantes em minha caminhada de fé?

É óbvio que não!

Só dá para respaldar uma resposta franca e honesta na base sólida da Palavra de Deus.

É por isso que fiz questão de citar os dois textos de João...

Discípulos e seguidores esporádicos.

Curiosos e necessitados.

Todos foram ter com o Mestre.

Junto ao Mar de Tiberíades o Galileu operou um de seus mais extraordinários feitos: a multiplicação de cinco pães e dois peixinhos de um rapaz pobre que o seguia, alimentando uma multidão de quase cinco mil homens.

O milagre deixou a multidão estupefata.

Alguns reconheceram nele o profeta que deveria vir ao mundo, outros queriam declará-lo rei.

A negada ficou tão enlouquecida, que ao saber que Jesus tinha se retirado, correram a Cafarnaum atrás dele.

Supuseram que Jesus era vendaval, aliciável, que ele se comoveria com adesões massivas e se deixaria levar pelo apelo da multidão.

Ledo engano, quebraram a cara!

Jesus nunca se conduziu pela aparência, nunca se deixou levar por afagos em seu ego.

Ele sabia das reais intenções daqueles que o seguiam e estava sempre pronto para confrontar as motivações erradas.

Não fazia isso por que era ruim ou déspota, mas porque é bom e sempre quer levar as pessoas ao centro da realidade, por saber que é aí, no chão da realidade que é trilhado o caminho da fé.

O resultado disso todos conhecemos: Jesus lançou em rosto daquelas pessoas a dureza de seus corações impenitentes e denunciou que a real motivação de sua busca desenfreada não era outra senão a satisfação de sua fome de pão.

A partir desse ponto, Jesus inicia um de seus mais intragáveis sermões, onde revela que a verdadeira labuta do homem não deve ser pela comida efêmera, corruptível, mas sim por aquela que nos é dada pelo próprio Deus, que sacia nossa fome e que permanece para a vida eterna, e progride até afirmar que Ele próprio era o pão vivo que desceu do céu e que todos deveriam comer sua carne e beber seu sangue para que tivessem vida.

A dureza do discurso escandalizou grande parte dos seguidores do Nazareno, que mesmo tendo ouvindo a explicação de Jesus, dizendo que suas palavras eram espirituais e carregadas de vida, resolveram deixar de andar com o Senhor da História.

Os doze agora são confrontados pelo Mestre: "Querem se juntar a eles?".

Que resposta de Pedro! Que apologia!

Essa é a base sólida da qual falei anteriormente: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.”

Não há outro lugar para onde a fé deva nos levar senão para os braços de Deus.

Note as palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai (grifo meu), senão por mim.”

É bom cantar: "Deixa a fé te levar, você chega lá", mas lá onde?

Em um paraíso na terra?

Em uma mansão em Aldeia da Serra?

Em uma Ferrari?

Em uma casa de praia com um iate?

Ao Ray Society?

Ao Itaú Personnalité?

Ao status de "profeta" da nação?

À mídia?

Chega lá, onde?

Para onde nossa fé está nos levando?

Se não for para Deus, a rota está errada. E se a rota estiver errada, estaremos fatalmente perdidos.

Pense nisso!

No Amor dEle, que não apenas nos mostrou o caminho, mas que se fez Ele o próprio caminho que nos conduz de volta ao Pai.

Adriano Roberto
20/11/2008
http://www.adrianoroberto.blogspot.com/