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Discípulo de Jesus, casado com Clélia, pai da Victória e feliz por tudo isso.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DIFERENCIANDO O IMPORTANTE DO URGENTE!


Evangelho de Jesus escrito por Lucas cap 22 versículos 39 a 42

39 E, saindo, foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o acompanharam.
40 Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em tentação.
41 Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava,
42 dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.


Olá amados!
Depois de mais de um ano de ausência aqui nesse espaço abençoado (os motivos foram os mais variados: desde minha própria falta de interesse em escrever, até as dúvidas sobre minha espiritualidade, fé e chamado; mas graças ao Senhor Jesus tudo isso ficou na história.), resolvi postar algo, como, vamos assim dizer, "ignição" para o próximo ano!

Desde já agradeço pelas orações e visitas a este blog. Em Cristo, muito obrigado!

Quando decidi escrever esse post minha intenção era apenas deixar aqui uma curta mensagem de final de ano.

Mas logo que comecei a escrever me lembrei de um texto que sempre fala alto ao meu coração todo início de ano.

Ano novo, vida nova! Apesar de saber que o tempo, como nós o entendemos, é uma mera convenção humana, pois Deus habita a eternidade e não se conforma às nossas limitações.
Apesar disso, é inegável a fascinação que a virada de cada ano exerce sobre a maioria das pessoas.
Muitos de nós acreditamos que o final de cada ano encerra um ciclo e que a chegada de outro abre novas etapas, onde podemos escrever uma história diferente em nossa caminhada.

É um tempo em que olhamos pelo espelho retrovisor da vida e pensamos onde erramos, onde deixamos de investir por inteiro nossa vitalidade; analisamos como teria sido tudo à nossa volta senão tivéssemos tomado determinadas atitudes ou se fizéssemos a coisa certa.
É o tempo também de novas expectativas, novos planos e projetos, velhas promessas reafirmadas e assim por diante.

Eu, apesar de não me ligar ao "misticismo" da data, pois acredito que em Deus todos os dias são especiais, gosto de trazer em memória o texto do evangelho de Lucas acima citado.

Nele eu aprendo com o próprio Senhor, que o pensamento que deve permear em minha mente durante o ano todo e em todos os anos, é aquele que me questiona e confronta sobre qual é o valor que estou emitindo com relação aos assuntos mais vitais da minha existência.

Será que estou discernindo corretamente o meu cotidiano?
Será que estou atribuindo às minhas intercorrências diárias seu devido valor?
Será que não tenho confundido aquilo que é URGENTE com aquilo que é de fato IMPORTANTE?

Da resposta à essa pergunta dependem as principais demandas de nossa vida.

Jesus sabia muito bem disso. Sabia que se focasse apenas em suas necessidades urgentes, com certeza teria desistido daquilo que era de fato importante: a cruz!

Senão, me acompanhe:

O Mestre está no jardim. A noite é escura e a agonia toma conta da alma do galileu.
Ele próprio nos conta que a tristeza que sente é tão profunda que mais parece a presença da morte.
As pessoas que o seguem não parecem estar dispostas a ir com ele até o fim, talvez por isso ele se isola. Ele se põe de joelhos e ora.
Um fenômeno raro acontece quando seu suor se transforma em grandes gotas de sangue.
Ele continua orando e vai até seus discípulos esperando, quem sabe, algum conforto e os encontra dormindo de tristeza.

Escuridão. Agonia. Tristeza. Angústia. Sangue. Abandono.

O Cristo de Deus olha para a cruz e antevê os sofrimentos que lhe serão impostos por conta de sua paixão. A dor o assusta. A morte o amedronta.

Mas quem de nós pode censurá-lo? Quem de nós pode esbofeteá-lo e dizer-lhe: Seja homem, rapaz!? Quem se habilita? Quem? Se nas mínimas lutas tendemos logo a desistir.

Nenhum de nós ousa julgá-lo covarde. Talvez fizéssemos isso se não conhecêssemos a história.

Sim, caro leitor! Pois a história não acaba na agonia do jardim.
Ela começa no Getsêmani, passa pelas ruas de Jerusalém, sobe ao Calvário, faz uma escala no sepulcro, ecoa pela eternidade na ressurreição e pulsa no peito ferido do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, de onde aguarda o reencontro do Pai com seus filhos.

E é na oração do Nazareno que encontramos o roteiro dessa magnífica história de amor:" Pai, se queres, passa de mim este cálice, ...". A oração mais justa que jamais foi pronunciada. Se existiu uma oração que mereceu ser respondida foi essa. A oração do Justo.

Jesus havia sentido o peso de nossos pecados e sabia que o fardo era enorme; a dor seria desumana. E Ele tinha cacife para pedir que não passasse por aquilo. Era o Filho Unigênito do Deus Vivo.

Mas no ceú só há silêncio. O Pai volta as costas para o Filho. Por quê?
Deus é impedido de responder aquela oração não por ser impotente, mas sim por ser aquele o clamor da urgência.
Ele sabia que se atendesse ao clamor de Jesus, nada mais poderia ser feito para nossa salvação.

De repente, os portões do inferno são abalados com a maior declaração de dependência que já se teve notícia: "contudo, não se faça A MINHA VONTADE, e sim a TUA."(grifo meu)
Parece que consigo ver o sorriso no rosto do Eterno: "Esse é meu Filho amado, em quem me comprazo. Ele poderia usar seu direito de receber o URGENTE, mas confiou em minhas mãos a decisão sobre aquilo que é de fato IMPORTANTE", pode ter pensado.

Você consegue acompanhar meu raciocínio.
Naquele momento Jesus tinha muitas demandas urgentes, mas soube olhar para todas as possibilidades sem se deixar levar por elas.
Colocou em Deus sua confiança e os propósitos do Altíssimo foram realizados.

É óbvio que nossas demandas urgentes não passam nem perto das de Jesus, mas todos as temos, com intensidades diferentes, mas temos.

Elas podem ser pessoais, profissionais, financeiras, sentimentais, conjugais e até espirituais.
E todas são legítimas. As de Jesus eram. As minhas são, e as suas também são legítimas. Precisamos ser honestos e reconhecer isso.

Mas não dá para inverter a ordem prioritária das coisas. Aquilo que é urgente, sempre será. O que é de fato importante, nunca deixará de ser.

Trabalho é urgente. Família é de fato importante.

Igreja (instituição) é urgente. Deus é de fato importante.

Ministério é urgente. Relacionamento com Jesus é de fato importante.

Dinheiro é urgente. Prosperidade, na acepção da palavra, é de fato importante.

Ativismo é urgente. Descansar nos braços do Pai é de fato importante.

E por aí vai...

Queira o Eterno que, a exemplo do Senhor Jesus, possamos, durante todo o ano de 2010, 2011, 2012 e também em todos os outros anos, investir nosso esforço e concentração naquilo que realmente importa para nós como gente boa de Deus.

Que sigamos o ensino do mestre: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as outras coisas lhe serão acrescentadas.".

Assim fazendo estaremos sempre em paz, tanto conosco, como com aqueles que estão à nossa volta e principalmente, com Deus!

Reflita sobre isso!

Nele, que não poupou seu próprio Filho, para que pudesse suprir nossa necessidade que era de fato importante: nos levar de volta para Si.

Um super ano novo!

Adriano Roberto
Bragança Paulista
31/12/2009