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Discípulo de Jesus, casado com Clélia, pai da Victória e feliz por tudo isso.

sábado, 12 de abril de 2008

ANDAR COM DEUS NÃO É 100M RASOS, É MARATONA!


GÊNESIS 33. 12-14




" E disse(Esaú): Caminhemos, e andemos, e eu partirei adiante de ti. Porém ele(Jacó) lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá. Ora passe o meu senhor adiante de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme ao passo do gado que vai adiante de mim e conforme ao passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir."


Nossa vida com Deus é uma longa jornada.

Enganam-se os que pensam que a caminhada cristã seja uma prova de tiro curto como os 100m rasos do atletismo.


Aqueles que se comportam dessa maneira são os que vêm para Deus e imaginam que irão experimentar um milagre extraordinário por dia e que suas histórias de vida serão marcadas por conquistas imediatas.

É claro que Deus pode realizar inúmeros milagres em favor de qualquer um de nós, inclusive todo dia se quiser, e também pode mudar o curso de qualquer vida da manhã para à tarde do mesmo dia. Foi assim na cruz. Bastaram seis horas para que toda a humanidade fosse redimida e passasse da morte para a vida.


Mas, salvo raríssimas exceções, isso não acontece com freqüência.
As histórias dos maiores cristãos são histórias de vidas inteiras de total dependência de Deus.
São histórias de pessoas que deixaram tudo, pessoas que negaram a si mesmos e abraçaram a cruz para seguir o Cristo Vivo.


São trajetórias marcadas por lutas, batalhas, sangue, suor e lágrimas. Marcadas pela perseverança, pela persistência, pela fidelidade de homens e mulheres que nunca desistiram de Deus.


Pessoas que experimentaram e presenciaram milagres, sinais, prodígios e maravilhas extraordinárias da parte de Deus, mas que também sofreram, foram perseguidos, torturados, presos, mas jamais deixaram de avançar, de marchar.


Pessoas que entenderam que andar com Deus é maratona.

Eu gosto quando o apóstolo Paulo usa a figura do atleta para representar os cristãos.

Em I Coríntios capítulo 9 versículo 24, ele escreve: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio”? Correi de tal maneira que o alcanceis. (grifo meu)

Nos Atos dos Apóstolos capítulo 20 versículo 24, ele próprio se considera um atleta do evangelho: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha corrida, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (grifo meu)

Em Hebreus capítulo 12 versículo 1, ele nos convida a participar dos “jogos cristãos”:
“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos assedia, e corramos com perseverança, a corrida que nos está proposta”. (grifo meu)


Em II Timóteo capítulo 4 versículo 7, ele vence a “maratona”: “Combati o bom combate, acabei a corrida, guardei a fé”. (grifo meu)

Sim, maratona! Prova longa e desgastante. A maior do atletismo.


O primeiro maratonista, o soldado grego Filípides, melhor corredor da milícia comandada pelo general Milcíades, morreu ao percorrer os 40 km que separavam a planície de Maratona da cidade de Atenas, para levar a notícia da vitória dos gregos sobre os persas na que ficou conhecida como Primeira Guerra Médica.

A maratona é muito parecida com a vida cristã, com a diferença que quem vence uma maratona do atletismo, recebe uma coroa corruptível, e, quem não precisa vencer a maratona da vida, pois Cristo já venceu por nós – basta que entreguemos a corrida a ele – recebe uma coroa incorruptível, a coroa da justiça, a qual o Senhor, justo juiz, dará não só ao apóstolo Paulo, mas a todos os que amarem a sua vinda.

Mas o que Jacó tem a ver com isso tudo? O que tem a ver Gênesis capítulo 33 versículos 12 a 14 com o assunto em pauta?


É que Jacó já havia descoberto a mesma verdade há mais de dois mil anos antes de Paulo!

A história de Jacó é emocionante e tem muito a nos ensinar.

Irmão gêmeo de Esaú, Jacó tinha uma aparência totalmente diferente de seu irmão cujo corpo era coberto de pêlos desde o nascimento. A Bíblia diz que Jacó lutava com seu irmão no ventre de Rebeca, talvez por ser marcado desde lá para herdar as promessas de Deus, e que, ao nascerem, Jacó estava agarrado ao calcanhar do irmão.

Desde pequeno tornou-se pastor.

A convivência em família deve ter sido difícil: seu irmão era profano, seus pais não se entediam na criação dos filhos ao ponto de terem preferências por apenas um dos filhos: o coração de Isaque era de Esaú e o de Rebeca pertencia a Jacó, e o próprio Jacó tinha várias falhas de caráter.

Ao crescer, adquiriu do irmão o direito de primogenitura oferecendo-lhe em troca um prato de lentilhas e tomou a sua bênção paterna quando se fez passar por Esaú oferecendo a seu pai um alimento preparado por sua mãe. Por causa disso, Esaú tentou matá-lo e Jacó precisou fugir para as terras de seu tio Labão, irmão de sua mãe, em Harã. Durante a fuga, Jacó adormece em Betel, quando teve um sonho de uma escada que ia até o céu por onde os anjos subiam e desciam, recebendo de Deus a promessa de que seria protegido por onde quer que fosse.

Como toda semeadura é seguida de uma colheita, Jacó começou a experimentar o fruto amargo de sua plantação.

Ao chegar ao poço de Harã, apaixonou-se a primeira vista por Raquel, filha de seu tio para o qual se comprometeu trabalhar por sete anos para poder casar-se com ela.

Tendo Jacó vivido na casa de seu tio em Harã por longos anos, ao completar o período pactuado, foi enganado na noite de núpcias, ocasião em que o sogro maliciosamente o enganou fazendo com que Lia irmã de Raquel, dormisse a primeira noite com Jacó.

Assim, Jacó precisou trabalhar ainda mais sete anos para poder casar-se com Raquel.

Tendo prosperado na casa de seu tio, após ter sido enganado por este, que mudara seu salário dez vezes, Jacó resolveu então voltar para a terra de seus pais em Canaã, pelo que deixou Harã com todo o seu rebanho, precisando fugir do sogro, após vinte anos de trabalhos forçados.

Jacó agora era um homem rico, com uma família grande; Deus o havia feito prosperar.
Só que precisava acertar as contas com o passado, precisava encontrar-se com seu irmão, precisava voltar para casa.

Ele volta. Amedrontado, mas volta.

A primeira etapa foi cumprida quando se encontrou com seu irmão no caminho e ambos se reconciliaram.

Mas a jornada ainda não havia terminado. Havia um longo caminho a seguir.

Esaú tentou forçá-lo a caminhar. Mas agora Jacó era outra pessoa. Sabia respeitar os limites, sabia que não dava para atropelar o caminho, tomar atalhos, não dava para correr, se não, a morte chegaria a seu arraial.

Eis as razões pelas quais ele estava diferente:

1 - Humildade: Ele trata Esaú como “meu senhor”. Bem diferente daquele homem maquiavélico que enganara seu irmão por duas vezes.


2 - Ele não está mais sozinho: “... estes filhos são tenros,... ovelhas e vacas...”. Agora não dá mais para viver de aventura, pesa sobre seus ombros a responsabilidade de uma família e bens.


3 - Ponderação: “... se forçá-las...”. Se tivesse tido essa atitude antes, não teria ferido seu irmão, roubando-lhe as bênçãos.


4 - Ele tem um alvo: “... até Seir”. Agora Jacó tem um alvo, uma meta.

Ele havia aprendido que precisava andar no passo do rebanho. Firme e constante. Sem atropelos. A jornada é longa, não dá para correr a maratona no pique dos 100m rasos.

O grande segredo da mudança de Jacó foi seu encontro com Deus.

No caminho de volta, Jacó passou pelo vau de Jaboque e teve outra experiência sobrenatural com Deus, chegando a lutar a noite inteira com um anjo que, depois de ferir a sua coxa, deu-lhe a bênção e mudou o seu nome para Israel.

Não importa se vamos sair marcados da presença de Deus, o importante é chegarmos ao fim da caminhada!

Pense nisso.


Deus te abençoe!

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