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Discípulo de Jesus, casado com Clélia, pai da Victória e feliz por tudo isso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

UM GRANDE CONFLITO



O DESVALOR DAS RELIGIOSIDADES X O SER UMA NOVA CRIATURA

Epístola aos Gálatas capítulo 6 versículos 11 a 15:
"Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne. Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura".

Ao analisar as religiosidades que nos são apresentadas pelas mais diversas agências de salvação de nossos dias, me é comum perceber dois extremos. Um deles será representado aqui pela circuncisão, e eu o chamo: "O Caminho da Auto-justificação" (definição "adrianística"). O outro, que estará representado pela incircuncisão, será denominado: "Corrente Liberalista" (idem).
Dessas duas variantes têm dependido a maioria das religiosidades atuais.
Seja na denominação em que for: cristã evangélica e/ou católica, espírita, kardecista, budista, muçulmana, hinduísta ou qualquer outra, elas são marcadas, hora pelo excesso de dogmas, regras, códigos de ética ou de conduta, regimentos internos, ou então pela total ausência dos mesmos.
A síntese desses dois extremos é: por parte do "Caminho", levar as pessoas a imaginarem a Divindade de acordo consigo mesmos, olhando-a dentro de suas próprias perspectivas e aplicando-lhe um caráter em conformidade com suas próprias percepções da realidade e da vida, dizendo com isso que a Divindade só pode ser aquilo que elas determinam que seja, através de: ativismo religioso constante, práticas de modernas indulgências, vida de ascetismo, submissão cega à lideranças-ícones, alienação e poluição cerebral, além de todos os outros trâmites existentes nos mais variados seguimentos religiosos.
Do outro lado, os adeptos da "Corrente" se esforçam por viver uma religiosidade frívola, efêmera, libertina, filha de belial. São os cristãos nominais. Esses são a escória da terra, pois dizem que conhecem a Divindade, mas negam-na com suas práticas.
Tanto um quanto o outro estão na marginalidade, necessitando que lhes resplandeça a luz da verdade, para que voltem a razão e sejam livres das garras do diabo.

E essas religiosidades não são novidades. Pelo contrário, algumas delas são muito antigas. É por isso que fiz questão de citar o texto de Gálatas capítulo 6.

Existiram na incipiência do cristianismo alguns grandes conflitos entre as religiosidades, tendo no palco os cristãos-judaizantes, os pagãos convertidos à fé cristã, e os cristãos nominais.

Na Galácia, os cristaõs-judaizantes, não satisfeitos com a suficiência do "Está consumado", começaram a importunar os pagãos convertidos, dizendo que para serem salvos, eles deveriam se deixar circuncidar e guardar os preceitos da Lei de Moisés, sem isso eles estariam fatalmente perdidos.

A crise foi tão grave que se fez necessária a realização da primeira reunião de ministério que se teve notícia na história da recém-fundada igreja. Paulo e Barnabé, juntamente com outros irmãos, tiveram que ir de Antioquia em direção a Jerusalém, para defender a graça mediante a fé como único meio de salvação. Ao que parece, a decisão do concilio não foi inteiramente aceita pelos judaizantes que prosseguiram com o ensino do aperfeiçoamento da salvação (obtida pela graça mediante a fé) através da observância da Lei de Moisés (qualquer semelhança com santificação pentecostal é mera coincidência). E mais: não satisfeitos com isso, na sua truculência em defesa de Moisés, os judaizantes começaram a insurgir seus convertidos contra Paulo e contra sua mensagem. Tamanha foi a pressão exercida por eles que conseguiram seus intentos: desviaram da fé genuína toda a igreja dos gálatas.

Outro conflito aconteceu na igreja de Corínto, dessa vez tendo como protagonistas os cristãos nominais (liberalistas).

A igreja de Corínto teve tudo para ser a maior agência de Deus na terra. Se existiu um lugar onde se podia sentir a efervescência dos carismas, esse lugar era a igreja corintiana (argh! Desculpe, sou tricolor). Lá todos recebiam a manifestação do Espírito Santo, dada a cada um para o que for útil. Eles falavam línguas, interpretavam-nas, profetizavam, discerniam espíritos e tudo o mais da doutrina carismática. Talvez por se sentirem tão a vontade, decidiram usar sua liberdade para dar ocasião à carne, e então desenvolveram uma mentalidade demoníaca de aceitação de pecados públicos, cuja natureza era tão satânica que sequer os pagãos ousavam praticar. E o pior era o fato de se orgulharem pelo tratamento superficial que deram ao caso, ao ponto de merecerem uma dolorosa repreensão do apóstolo Paulo. Isso sem falar no partidarismo que permeou essa igreja.
Conflitos como esses não ficaram na primitividade do cristianismo. Ainha hoje eles acontecem, aqui e agora, bem debaixo do nosso nariz.

De um lado gente adicionando mais e mais acessórios à fé. De outro, pessoas que estão pouco preocupadas se desonram ao Senhor.

De um lado os da "circuncisão" (que originalmente nada mais era que um sinal dado aos patriarcas, físico, que representava a escolha de Javé e simbolizava a aliança de Deus com Abraão), tentando levar as pessoas ao legalismo e práticas de rituais, bem como muitos em nossos dias têm tentado fazer, carregando de "igregismos" os fiéis, atando fardos pesados de se carregar, os quais, esses mesmos "mestres" não movem um único músculo para transportá-los, forjando assim uma geração de crentes intelectualmente castrados, sem direito a desenvolver suas idéias e seus ideais, vivendo sob uma lei da mordaça, impedidos de expressar suas opiniões sob pena de serem taxados de subversivos, amedrontados pelo sarcasmo de homens que pensam possuir as prerrogativas divinas para amaldiçoar qualquer um que pareça ameaçar sua pseudo-liderança. Esses mesmos homens que têm trocado a glória do Deus incorruptível por imagens bem produzidas, como disse Paulo: "...querem mostrar boa aparência na carne...", esses têm suposto que o reino de Deus precisa de uma cara, de um estereótipo, ser aparente, visível. Enquanto Cristo nos diz que o reino de Deus não vem com aparência exterior. Ele não pode ser visualizado. Não podemos dizer: ei-lo aqui ou ei-lo ali. Pois o reino está dentro, em nós.

Fé é algo muito mais subjetivo do que se pode imaginar. Não dá para racionalizá-la. Não dá para metrificá-la. Nossos logicismos não conseguem alcançar a complexidade do reino de Deus.

O espírito religioso dessa gente tenta nos convencer de que é fácil: você ore, jejue, leia a bíblia, dê gordas contribuições, participe de todas as campanhas, leve para sua casa os objetos ungidos que recebe nas reuniões e os coloque em lugares estratégicos como verdadeiros amuletos, não ouça músicas "mundanas" (se eu fosse deixar de ouvir músicas "mundanas", teria que parar com a maioria das "gospel"), não assista novelas, afinal todas elas são consagradas aos demônios e ensinam as pessoas a serem adúlteras e pecadoras (engraçado, sempre pensei que essas coisas procediam do interior do homem. Bem, acho que Jesus se equivocou.), portanto sua parte está feita, agora Deus vai ter que te abençoar. Você já preparou o ambiente para o milagre, agora Deus vai ser obrigado a te dar (eu já ouvi isso de um "bispo", acreditem.), pois ele viu o seu esforço e ele não é injusto para se esquecer do trabalho das suas mãos.

Mas as equações de Deus são muito mais complicadas do que nossa mente corrompida consegue resolver. A "facilidade" pregada pelos religiosos do "Caminho" é totalmente antagônica ao espírito da fé. A fé em Cristo, que é fruto de Sua graça, nos convida a parar de fazer esforço, de correr atrás das bênçãos e simplesmente crer. E esse é o desespero dos religiosos, pois Deus se apresenta a eles dizendo que não precisa da sua ajuda. Tem gente que tem pavor disso. Só de pensar que Deus não precisa dele para nada, o cara entra em parafuso. Mas a culpa não é dele, ele foi domesticado assim.

Na outra ponta do iceberg estão os da "incircuncisão". Aqueles que pensam ter um "parceirão" assentado no trono. "Estou assim com ele", dizem eles apontando para cima. Cantam a plenos pulmões: "Tudo o que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar". Chamam Jesus de você, dizem que Jesus é "muito louco". Já ouvi uma episcopisa famosa dizer que Jesus é "O Pirado", fantástico isso!
Nossa geração é a mais "apaixonada" por Jesus. Tem horas que existe tanta paixão, que mais parece que Jesus, com todo o respeito, é um mulherão, e os "levitas" parecem adolescentes embasbacados, ardendo em desejos. Quando leio o Salmo 24 e percebo todo o ritual para a entrada triunfante do Rei da Glória no palácio celestial, me pergunto se algum anjo correu para abraçá-lo, dizendo estar apaixonado. Não tenho nada contra ser apaixonado por Jesus, eu também sou. Minha preocupação é se essa paixão é fruto de uma realidade de vida cristocêntrica e vai perdurar até virar amor. Se atender a esses dois requisitos é válida, senão é lixo!
E não sou eu quem diz isso. É a Palavra Eterna: Em Cristo nada disso tem valor!
Lixo. Lixo. Lixo. Lixo. Lixo. Lixo. Lixo. Lixo. Lixo, outra vez digo: L-I-X-O, LIIIIXXXOOO!
Fogueira Santa de Israel: Lixo.
Troca de Anjo: Lixo.
Vígilia dos 318: Lixo.
Rosa Ungida: Lixo.
Noite da Benção: Lixo.
Segunda de Primeira: Lixo.
Barganhas com Deus: Lixo.
Campanhas de 7, 14, 21, 852 semanas: Lixo.
Libertinagem: Lixo.
Cristianismo Nominal: Lixo.
E por aí vai. Dá para ficar uma semana enumerando os lixos religiosos.
Mas no meio dessas duas vias, existe a redenção! Glória a Deus! Aleluia!
Uma linha fina que resta ao meio desses dois caminhos de morte oferecidos por essas religiosidades. Fina. Estreita. Quase imperceptível, mas que está lá. Se você ainda não a percebeu, talvez seja por ainda estar com o rosto coberto pelo véu da religião. Tire-o, em nome de Jesus e verifique de novo. Lá, entre tudo aquilo que nos é apresentado como doutrina ou supreção dela, como dogmas ou total ignorância deles, como escravidão ou liberdade sem responsabilidade. O caminho está lá! Encoberto, mas está lá!
E essa linha fina existe, se materializa simplesmente por aceitarmos que, segundo Jesus e não segundo as religiosidades, o único valor reside no fato de que, por causa da cruz, onde estou crucificado para o mundo e o mundo para mim, por causa disso e tão somente por isso, eu sou nova criatura!
Se há algum valor, ele está em ser uma nova criatura, que agora existe em Cristo, por Cristo e para Cristo. De acordo com Cristo. Em conformidade com Cristo.
Por que fora de Cristo, tudo é religiosidade!
Ainda que tenha aparência, senão for em Cristo, é religiosidade!
Lembra-se do vale de ossos sequíssimos?
Enquanto Ezequiel profetizava houve ruídos, rebuliço, os ossos se achegaram cada um ao seu lugar, vieram nervos, cresceu a carne e estendeu-se a pele, e aí? Mudou alguma coisa? Só a aparência! Agora o visual estava melhor, mas os ossos continuavam lá, caídos, mortos. Eles só reviveram e se colocaram em pé quando o espírito entrou neles!
Assim são as religiosidades! Apenas melhoram o visual. Nunca produzem vida!
Apenas o sopro do Espírito de Deus, revelado em Cristo, pode trazer vida à nossa morte!
Esse é o valor! Valor de ser uma nova criação!
Reflita sobre isso!
No Amor Daquele que, para a liberdade nos libertou, para que nunca mais nos colocassemos debaixo do jugo da servidão!
Deus te abençoe!
Adriano Roberto
14/08/2008








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